Um relatório da Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA, na sigla em inglês) revelou que, somente no ano passado, foram vendidos mais de 41 milhões de discos de vinil contra 33 milhões de CDs, o que representa um lucro de mais de R$ 6 milhões.
Pela primeira vez, desde 1987, as vendas de discos em vinil ultrapassaram as de CD. Para os fãs de coisas mais antigas, o aumento na comercialização reflete a experiência sonora e estética do produto, fato que se verifica principalmente nos Estados Unidos e no Reino Unido, dois dos três maiores mercados de música em todo o mundo.
“Você pega um álbum, você consome a letra, você consome a foto, o encarte, o design gráfico. Você não está ouvindo só uma música, você está consumindo um produto mais completo”, declarou à Agência Brasil o jornalista João Marcondes, que afirma ser apaixonado por vinil e tem uma loja do segmento em Brasília (DF).
Ele garante ainda que, nos últimos anos, o produto virou uma febre. “Cada vez mais pessoas jovens compram vinil porque, antigamente, era só um hobby de quarentões para cima, um público mais masculino. E, nos últimos 4 anos, isso mudou bastante. Mulheres têm comprado muitos discos e jovens, a partir de 16, 17 anos [também]”, completou.
Na avaliação de Marcondes, a experiência com o vinil é também uma alternativa para sair do mundo digital. “Você para tudo para ouvir um vinil. Você se desliga do celular, se desconecta”, frisou.
Ainda conforme a RIAA, os downloads digitais também continuam em queda, representando agora 3% das vendas de música. O streaming (Apple Music, Spotify e afins) continua a ser o formato preferencial dos consumidores, representando 84% do total dos lucros.