Em janeiro, durante viagem à Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em discurso que está disposto a “fazer bons acordos econômicos” com o país vizinho.
A promessa foi levada a sério por integrantes do governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner.
Na semana passada, em Brasília (DF), representantes da Casa Rosada, sede do Executivo argentino, cobraram o Palácio do Planalto para financiar as exportações “hermanas” para o mercado brasileiro.
Em meio a uma dramática escassez de dólares no país, e em ano de eleição presidencial, o governo peronista espera obter um “socorro” brasileiro para garantir que o país terá, em 2023, uma variação positiva em seu Produto Interno Bruto (PIB).
Nos primeiros dois meses de 2023, as exportações para o Brasil aumentaram quase 20% frente ao mesmo período do ano passado.
Essa alta preocupa os argentinos, que foram a Brasília justamente para dizer que o país não tem dólares suficientes para manter esse ritmo. Já o Brasil está preocupado pelo aumento das queixas de seus exportadores para entrar no mercado vizinho.
Nesse sentido, a Argentina quer a ajuda do Brasil. Segundo o jornal O Globo, “o plano A do governo Fernández é um esquema de swap (troca de moedas) entre bancos centrais, similar ao que a Argentina tem com a China”.
O acordo com o regime chinês foi firmado em 2020 e está avaliado em US$ 20 bilhões. O mecanismo prevê que ambos os países devem fazer depósitos em sua moeda local, financiando as exportações de cada lado. Assim, o exportador recebe o pagamento em sua própria divisa, sem atrasos.