Ao contrário de 2003, quando chegou à Presidência do Brasil pela primeira vez, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vive a tradicional “lua de mel” com o Congresso Nacional e já enfrenta dificuldades de articulação neste início de terceiro mandato.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), admitiu nesta segunda-feira (6) que o governo federal ainda não conquistou uma “base consistente” de apoio no Legislativo para aprovar projetos.
Em um evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o parlamentar disse que o atual momento é de estabilização interna no Executivo e que, por isso, não há maioria nem para deliberar sobre matérias de maioria simples.
“Temos um tempo para que o governo se estabilize internamente. Hoje o governo ainda não tem uma base consistente nem na Câmara e nem no Senado para enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matérias de quórum constitucional”, declarou Lira.
A fala do congressista foi proferida no contexto de um debate sobre a reforma tributária. A mudança do sistema tributário brasileiro, que precisa ser feita via Proposta de Emenda à Constituição (PEC), requer o aval de três quintos dos deputados e senadores, em votação de dois turnos.
“Estamos em uma fase ainda de acomodação, de confecção de acordo para as comissões que deveremos estar resolvendo essa semana. Temos desafios gigantescos esse ano”, afirmou.
“Depois da eleição da mesa da Câmara e do Senado, o mundo político se estabelecerá agora com o retorno do Carnaval, com as comissões instaladas, a gente vai ter um termômetro claro de como as coisas funcionarão dentro do Congresso Nacional”, completou Lira.
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