A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSOL), notificou o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), pedindo providências e esclarecimentos sobre a prisão de três lideranças indígenas na região.
Eles foram detidos pela Polícia Militar no município de Rio Brilhante, a 160 quilômetros de Campo Grande, ao invadirem a área da Fazenda de Inho. O local está em processo de regularização fundiária pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
De acordo com a pasta, os indígenas Clara Barbosa, Adauto Barbosa e Lucimar Centurião foram detidos sob acusação de esbulho possessório, resistência e desobediência, ao passo que continuaram presos preventivamente após audiência de custódia.
Uma equipe da Funai que foi até o local teria sido impedida de acompanhar a ação pela própria PM, diz o ministério do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que classifica a medida como inconstitucional.
“É inadmissível que uma ação como esta avance sob corpos e territórios indígenas com tamanha violência, como foi relatado. Os Guarani-Kaiowá estão ali lutando pelo direito que lhes é garantido por lei e sabem que podem contar com o apoio e resguardo tanto do MPI, quanto da Funai, que foi impedida de acompanhar a ação”, declarou a ministra.
“Por isso, aguardo o retorno urgente do governador Eduardo Riedel, certa de que ele não compactua com isso e não será conivente com desastroso desenrolar desta ação”, acrescentou Guajajara, conforme informações de sua assessoria.
O Conexão Política entrou em contato com a Governadoria de Mato Grosso do Sul, sede do Executivo sul-mato-grossense, e com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), a fim de solicitar mais detalhes sobre o episódio. Em caso de resposta, o texto será atualizado.
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