sexta-feira, 22 de novembro de 2024

USP: Alvo de militantes de esquerda, Janaína Paschoal recebe apoio de professores

Professores da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo saíram em defesa do retorno de Janaina Paschoal (PRTB-SP), ex-deputada estadual, às salas de aula da instituição, onde leciona Direito Penal.

Janaína foi alvo de ataques do Centro Acadêmico XI de Agosto, em um abaixo-assinado. No documento, destacando que ela “não é mais bem-vinda” na instituição, depois de ter tido uma “contribuição indecente para o país” nos últimos anos.

Em resposta, o diretor e a vice-diretora da faculdade, Celso Campilongo e Ana Elisa Liberatore Bechara, emitiram uma nota em que ressaltam os direitos de “livre manifestação do pensamento e a liberdade de consciência”.

— É na trilha dos mandamentos constitucionais que garantem a liberdade de cátedra e a livre manifestação do pensamento de todos os seus docentes que a faculdade reafirma seu compromisso continuado e inabalável com a construção da democracia e o crescente respeito às diferenças — comunicaram.

Em artigo publicado em um site jurídico, Marques Neto, ex-diretor da São Francisco Floriano de Azevedo, sustenta que a tentativa de proibir o retorno da parlamentar às salas de aula é um “desrespeito à história de pluralidade” da instituição.

— Querer proibir um professor de reassumir a sua docência, especialmente pelo fato deste docente professar ideias com as quais discordamos, para além de ferir as liberdades constitucionais, é um desrespeito à história de pluralidade que marca o Largo de São Francisco — pontuou o docente.

Marques frisa que possui ideias “absolutamente opostas” às de Janaina, mas que isso não é motivo para atuar com autoritarismo e intolerância.

— Janaína pode representar tudo com que discordo, mas é professora e, portanto, deve ser tratada com respeito e com a tradição plural das arcadas — prosseguiu.

Marques Neto frisou que a deputada estadual é concursada e, obviamente, deve retornar ao posto, assim que sua licença acabar.

— Terminada sua licença para exercer mandato de deputada, tem o direito e o dever de retomar suas atividades — defendeu.

A opinião do ex-diretor foi endossada pelos departamentos de Direito do Estado e Filosofia e Teoria Geral do Direito. Em manifestação oficial, as instituições dizem preservar o histórico da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco — especialmente em questões de defesa e respeito ao pluralismo, à diversidade, à Liberdade de Cátedra e de opinião.


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