O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) elaborou nos últimos dias um documento com orientações para o grupo em 2023. Agora, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no poder, o discurso parece ter ficado mais radicalizado.
Isso porque, em seu primeiro encontro neste terceiro mandato do petista, o MST já fala em “ocupar latifúndios”. Além disso, eles também celebram a chegada de Lula ao Palácio do Planalto, sugerindo que isso pode facilitar as ações dos sem-terra.
O movimento afirma ter contribuído para o resultado das eleições de 2022, e que o pleito do ano passado ficou marcado pela derrota do “avanço da extrema direita, da tutela militar e do projeto fascista” de Jair Bolsonaro (PL).
Num texto ao povo brasileiro, batizado como “Carta de Luziânia”, cidade de Goiás a 50 quilômetros de Brasília (DF), o MST faz duras críticas ao agronegócio, que precisa ser enfrentado, segundo a nota.
O agro é citado como um setor que “concentra terras, destrói a natureza, promove o desmatamento e nos envenena com agrotóxicos”, dizendo ainda que o segmento não paga impostos e “produz apenas commodities e não alimenta o povo”.
O texto tem 57 linhas e, no seu final, o MST defende a ocupação de terras como uma saída para a reforma agrária. Durante o governo Bolsonaro, houve diminuição drástica na quantidade de invasões de terra no Brasil.
“Viva a luta por Reforma Agrária Popular! Viva o direito legítimo dos povos em ocupar os latifúndios e romper as cercas da destruição. Seguiremos pisando ligeiro, rumo aos 40 anos do MST”, diz trecho do comunicado.
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