O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticou a proposta apoiada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e aprovada na Câmara que afrouxa a Lei das Estatais.
O tucano, que relatou o texto que originou a legislação que dificulta o loteamento político em empresas públicas, classificou como “burrice” o fato de o PT ter apoiado a iniciativa.
Na visão dele, essa mudança deixa uma “porta aberta para todo tipo de coisas não republicanas” e seria “um retrocesso histórico na vida das estatais brasileiras rumo à República das bananas”. As falas foram proferidas em entrevista ao Estadão.
Segundo ele, esse tipo de alteração atenderia aos interesses “de todos os partidos, principalmente os mais fisiológicos, que adoram isso”. O parlamentar afirma que “sempre quiseram mudar a lei das estatais” e que “foi preciso uma ocasião muito especial para a gente aprová-la (em 2016), foi logo em cima da Lava Jato, a gente tinha todo um clima em que esses partidos fisiológicos se retraíram”.
A mudança foi aprovada pelos deputados poucas horas depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou Aloizio Mercadante para o cargo de presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Atualmente, a Lei das Estatais impõe quarentena de 36 meses para nomes indicados à diretoria e ao Conselho de Administração de estatais que tenham participado de “realização de campanha eleitoral”.
Com o texto aprovado na Câmara e defendido pelo PT, esse prazo de quarentena cairia para 30 dias, o que faria com que Mercadante pudesse assumir o BNDES logo no início de 2023, sem qualquer impedimento legal.
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