Pessoas próximas a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm visto a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, como uma espécie de barreira para o que eles chamam de ‘abertura de diálogo’.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o nome dela desagrada o Grupo de Transição, especialmente por suas manifestações à frente da PGR.
Nos últimos anos, a atuação de Lindôra passou a chamar a atenção. De modo incisivo, a vice de Aras passou a erguer a Constituição Federal, com ações pautadas na lei e nos direitos garantidos na Carta Magna.
Enquanto diversas autoridades têm sido acusadas de atuar sob o manto do ativismo judicial, a vice-PGR tem sido elogiada por não envolver paixões pessoais em suas ações e, com isso, atuar fundamentada na lei.
Recentemente, ela rejeitou um pedido para aplicação de multa e apreensão de bens de manifestantes pró-intervenção militar no país e contrários a Lula. Em outra ação, disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode ser usado como “palco político” no caso sobre a constitucionalidade das emendas do relator, conhecidas como “orçamento secreto”.
Além disso, Lindôra Araújo se manifestou pelo arquivamento de um conjunto de apurações da CPI da Covid contra Jair Bolsonaro (PL) e auxiliares, visto que o colegiado de senadores não apresentou provas de que a cúpula governista cometeu “incitação ao crime” durante a pandemia, alegação considerada meramente política.
— As condutas investigadas, ao menos com as provas amealhadas, não preencheram os contornos do tipo penal apontado pela CPI — sustentou.
Ela também citou um relatório enviado pela Polícia Federal (PF) ao STF em que a corporação afirma que não encontrou indícios de que Bolsonaro e aliados agiram para incitar o descumprimento de medidas sanitárias na covid-19.
Por causa de medidas como essas, o entorno lulopetista avalia que a permanência de Lindôra em um cargo estratégico na PGR inviabiliza uma aproximação do futuro governo com a cúpula da instituição.
O segundo mandato de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República vai até setembro de 2023. Até lá, tanto ele quanto a vice permanecem exercendo suas funções. Após isso, caberá a Lula reconduzi-los ou substitui-los.
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