A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (14) dois homens em uma investigação sobre fraudes contra o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a apuração, informações falsas teriam sido dadas para aumentar o repasse de emendas parlamentares (RP9 ou orçamento secreto) para um município do Maranhão.
As emendas de relator são verbas do Orçamento da União direcionadas por congressistas para suas bases eleitorais. No entanto, nome do deputado ou senador fica oculto durante a destinação do recurso.
Roberto Rodrigues de Lima e Renato Rodrigues de Lima foram detidos pela PF no início da manhã. Ao todo, a força-tarefa cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, além das duas prisões temporárias citadas no início do texto. Batizada de “Quebra Ossos”, a operação foi realizada em 7 cidades localizados no Maranhão e no Piauí.
Além de policiais federais, acompanharam as diligências representantes da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF). A investigação aponta que o município de Igarapá Grande (MA) teria informado a realização de 12.700 radiografias em 2020. A população da cidade, no entanto, é de 11.500 pessoas.
O fato de a cidade ter relatado mais procedimentos de saúde fez com que a prefeitura recebesse mais verbas parlamentares no ano passado. Os irmãos Roberto e Renato teriam sido os responsáveis pela inserção dos dados falsificados no sistema do SUS.
De acordo com a CGU, algumas empresas também são investigadas por suposto envolvimento nos crimes, com fraudes em contratos. Para a PF, os investigados podem responder por inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.