Integrantes da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto se mostraram contrariados com uma declaração de Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito mais votado de São Paulo, sobre a ampla coligação em favor do ex-presidente.
Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, ele afirmou que “as ideias liberais” do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) não serão adotadas em um eventual governo federal comandado por Lula.
“O Alckmin foi posto [na chapa] como expressão de uma frente democrática anti-Bolsonaro. Em nenhum momento as ideias liberais do Alckmin foram incorporadas ao programa de governo da chapa. Não houve qualquer promessa nesse sentido”, disse o psolista.
Ontem no Roda Viva, Boulos deu com a língua nos dentes e disse que Alckmin só foi convidado para ser vice de Lula para dar uma aparência de "frente democrática" à candidatura do PT, mas que o governo será um governo petista puro-sangue. Ou seja, confessou o estelionato. pic.twitter.com/g4P1cpmZTf
— Filipe G. Martins (@filgmartin) October 4, 2022
Ao ser perguntado se o ex-presidente vai dar mais detalhes sobre o plano econômico e se o ex-ministro Henrique Meirelles poderia ser indicado para a Economia, como um aceno ao centro, ele respondeu que essas sinalizações já estão acontecendo.
“Você querer definir ministro antes de ganhar eleição é um erro cabal. Tem que ganhar a eleição primeiro, depois você discute a composição de ministérios, quaisquer que sejam os nomes. Esse acenos já estão acontecendo. Às vezes se tem uma idealização de que a agenda da Faria Lima é o centro. Não. A agenda Faria Lima é a agenda da Faria Lima”, falou.
“Não acho que precisa se fazer qualquer concessão para essa agenda [liberal] para ganhar eleição presidencial no Brasil. Vieram me dizer que a bolsa subiu porque o Bolsonaro teve um desempenho melhor que o previsto e o mercado reagiu bem. Olha, eu quero eleger o Lula presidente não para o mercado reagir bem, é para combater a fome, é para garantir que as pessoas tenham dignidade e oportunidade”, completou.
Ainda de acordo com Boulos, “é bom que o Meirelles se posicione contra o Bolsonaro e a favor de Lula”. No entanto, “as posições econômicas que ele defende são contrárias às posições econômicas que estão no plano de governo de Lula”.
A fala do futuro parlamentar provocou desconforto entre os organizadores da campanha do petista. Para tentar diminuir o dano da declaração, o QG reiterou que Alckmin terá protagonismo e é cotado para comandar o Ministério da Economia num eventual governo de Lula.
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