Localizado na região Centro-Oeste do país, Mato Grosso do Sul tem ganhado destaque na política nacional ao longo dos últimos anos.
Além de ser o estado de nascença e base eleitoral das presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União), é também a casa de alguns ex-ministros de Estado como Tereza Cristina (PP) e Luiz Henrique Mandetta (União).
Com um ano atípico em sua história, MS deverá ter uma das disputas mais acirradas na sucessão ao governo, com destaque para quatro candidatos que já gravitam na esfera política da região.
Entre os principais nomes da corrida ao Palácio da Governadoria estão o ex-governador André Puccinelli (MDB), o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) e o ex-secretário de Governo Eduardo Riedel (PSDB), lançado pelo atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Ainda concorre no pleito a ex-vice-governadora Rose Modesto (União), que deixou o ninho tucano por não encontrar espaço para se lançar candidata, Capitão Contar (PRTB), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Giselle Marques (PT), Adonis Marcos (PSOL) e Magno Souza (PCO).
Alvos de escândalos
Os dois postulantes que lideram as pesquisas estão ou já foram envolvidos em polêmicas de grande repercussão local.
O ex-governador André Puccinelli foi preso pela Polícia Federal (PF) em 2018, durante a Operação Lama Asfáltica, que investigou o desvio de verbas de recursos públicos na execução de obras durante a gestão do MDB.
Em sua defesa, o emedebista alega ter sofrido perseguição judicial e que as acusações são infundadas. Tem frisado que apesar de ter sido condenado por corrupção passiva, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a condenação.
Já o ex-prefeito Marquinhos Trad vem de família tradicional na política sul-mato-grossense. Ele é irmão do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e do deputado federal Fábio Trad (PSD-MS), e deixou o Executivo municipal em abril deste ano para concorrer ao governo.
Em julho, passou a ser alvo de investigação da Polícia Civil por assédio sexual. Os relatos apontam para casos que teriam ocorrido até dentro do gabinete, em que pelo menos quatro mulheres teriam recebido promessa de emprego em troca de favores sexuais.
A investigação continua e segue sob sigilo. Trad nega que tenha cometido crime e diz que a acusação visa enfraquecê-lo na disputa. Apesar disso, ele admitiu ter cometido adultério com pelo menos duas mulheres, mas garante que os atos sexuais foram consentidos.