Elizabeth II (1926-2022) foi um modelo conservador para muitos europeus por seu grande sentimento de dever cívico e religioso como Governadora Suprema da estabelecida Igreja Anglicana. Ela cultuava pessoalmente tanto com essa igreja, como com a Igreja da Escócia.
A monarca britânica morreu na tarde da última quinta-feira (8), aos 96 anos. Ela se tornou rainha em 1952, nos dias de Churchill, Stalin e Adenauer. Elizabeth II foi rainha do Reino Unido e de mais catorze Estados independentes denominados Reinos da Comunidade de Nações por quase um século.
Na condição de majestade, ela viu essa função como um chamado pessoal de Deus. Foi por isso que não parou de trabalhar aos 65 anos de reinado, quando alcançou o Jubileu de Safira, mas continuou até o seu último dia.
Na semana de sua morte, ela se despediu do primeiro-ministro Boris Johnson e deu autoridade para formar um novo governo com a premiê Liz Truss. No dia 7 de setembro, parabenizou o Brasil pelos 200 anos de independência.
Testemunhos
Em vida, Elizabeth II deu muitos testemunhos de suas convicções cristãs. “Os ensinamentos de Jesus têm sido a base da minha fé”, disse ela em sua última mensagem de Natal no ano passado. “Seu nascimento [de Cristo] marcou um novo começo. Como diz a canção: As esperanças e os medos de todos os anos se encontram em Ti esta noite”, concluiu a rainha.
Muitos ouvintes cristãos de suas mensagens anuais de Natal alegam que seus discursos se tornaram mais pessoais e também mais piedosos ao longo dos anos.
Por exemplo, em sua mensagem de 2016, ela declarou: “Bilhões de pessoas agora seguem os ensinamentos de Jesus e encontram n’Ele a luz que guia suas vidas. Eu sou uma delas”.
“Deus enviou um Salvador”
Quando ela completou 90 anos em 2016, várias organizações cristãs publicaram um livro intitulado: “The Servant Queen and the King she serves” [A Rainha Serva e o Rei que ela serve, em tradução livre].
A obra dá uma visão geral de sua vida e suas motivações mais profundas. Em 2002, ela disse que colocou sua confiança em Deus para fazer seu trabalho corretamente. “Eu tiro força da mensagem de esperança no Evangelho cristão.”
Em outra ocasião, a monarca afirmou: “Deus não enviou ao mundo nem um filósofo nem um general… mas um Salvador com o poder de perdoar”.
“Para mim, os ensinamentos de Cristo e minha própria responsabilidade pessoal diante de Deus fornecem uma estrutura na qual tento viver minha vida”, completou.
O evangelista americano Billy Graham esteve pessoalmente com a rainha em diversas oportunidades para falar sobre a Bíblia e a fé cristã. Ele disse que ela estava “muito interessada na Bíblia e sua mensagem”, conforme relata o Christian Today.
Na casa onde ela foi criada, sabe-se que sua mãe, a chamada Rainha Mãe, lia o livro sagrado na versão King James todas as noites.
Por causa das declarações ousadas da rainha sobre sua fé, o líder da Aliança Evangélica no Reino Unido, Gavin Calver, escreveu no Twitter que Elizabeth II era “a maior evangelista que eu poderia pensar”.
So very sad to hear of the passing of the most amazing monarch imaginable. The Queen has served incredibly & was also the greatest evangelist I could think of. Praying for the family, the nation & many others as we face up to this news. May she rest in peace & rise in glory pic.twitter.com/ORwk37iBBr
— Gavin Calver (@GavCalver) September 8, 2022
Como soberana inglesa, ela usava o título de Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra. Algumas semanas atrás, ela enviou sua mensagem para a Conferência de Lambeth, onde os bispos anglicanos se reuniram.
Este tempo é um “tempo de grande necessidade do amor de Deus – tanto em palavras quanto em ações”, escreveu a rainha. “Durante toda a minha vida, a mensagem e os ensinamentos de Cristo têm sido meu guia e neles encontro esperança. Minha oração sincera é que vocês continuem sendo sustentados por sua fé em tempos de provação e encorajados pela esperança em tempos de desespero”, finalizou.