Em entrevista à Jovem Pan News, o presidente Jair Bolsonaro (PL) condenou a ação de busca e apreensão sofrida pelo ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União-PR), deflagrada pela Justiça Eleitoral após um pedido do PT.
Conforme noticiado por este jornal digital, policiais foram à residência do ex-chefe da Lava Jato em razão de propaganda eleitoral irregular, uma vez que o tamanho das fontes dos santinhos não estava em conformidade com a legislação. Moro é candidato ao Senado pelo Paraná.
Em sua conta no Twitter, o ex-magistrado definiu a operação como “diligência abusiva” e frisou que a busca se deu por uma “tentativa grotesca de me difamar e de intimidar a minha família”.
Para o presidente da República, a ação contra seu ex-aliado foi “agressão” e “covardia”. Ele frisou que, apesar de ter “péssimas recordações” do ex-ministro, não pode compactuar com abusos do tipo.
“Vocês viram agora uma agressão em cima do Moro. Eu não tenho nada para defender o Moro. Tenho péssimas recordações dele enquanto foi ministro aqui, poderia ter feito muita coisa e não fez. Mas esse fato de ir na casa, ou comitê eleitoral, é uma agressão”, declarou Bolsonaro.
“Por causa do tamanho de letra? Faz por escrito e decide a questão. Uma covardia que fizeram com o ministro Moro, ex-ministro Moro”, completou o mandatário.
Apesar do aceno, o chefe do Executivo federal voltou a criticá-lo pela sua atuação como ministro da Justiça e Segurança Pública, dizendo que se sentiu traído.
“Pela vida pregressa, Moro tinha tudo para ser um excelente político, trazer uma bagagem muito grande da Lava Jato. Tinha tudo para agora ser meu vice e, em 2026, ser candidato a presidente. Algo subiu à cabeça dele”, pontuou.
Ainda na sabatina, Bolsonaro criticou a aproximação de Moro com o ex-governador paulista João Doria (PSDB). “Fiquei sabendo que era comum visitar o Doria em São Paulo, e nunca reportou nada para mim”, reclamou.