A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre um pedido de investigação contra o também ministro Alexandre de Moraes por suposta prevaricação e ativismo judicial.
A determinação de Rosa é praxe no Supremo. Cabe à PGR decidir se pede a instauração de apurações formais contra autoridades com foro privilegiado.
— Determino a abertura de vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, a quem cabe a formação da opinio delicti em feitos de competência desta Suprema Corte, para manifestação no prazo regimental — escreveu a magistrada.
A ação contra Moraes foi apresentada após o ministro proibir grupos contrários ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de associá-lo ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Para o autor da processo judicial, a medida imposta tem influência direta com as eleições presidenciais de outubro.
Ainda de acordo com o signatário, ao “tentar” esconder as informações em delação premiada que apontam para uma relação entre o Partido Dos Trabalhadores e o “PCC”, o magistrado promove benefícios injustos e ilegais a Lula, que é candidato do PT ao Palácio do Planalto.
A delação
O principal operador do escândalo do mensalão, Marcos Valério, relatou em colaboração premiada com a Polícia Federal (PF) que Celso Daniel —então prefeito petista de Santo André assassinado no ano eleitoral de 2002— havia produzido um dossiê que abalaria a República.
As informações foram veiculadas pela revista Veja, no dia 1º de julho de 2022.
O arquivo, segundo ele, detalhava nomes que estariam sendo financiados de modo ilegal. No entanto, o que Celso não sabia, é que mais pessoas e grupos estavam sendo beneficiados pela arrecadação clandestina.
— O Celso Daniel tinha feito um dossiê mostrando quem era do PT que estava sendo financiado e quem tinha pedido para ele para dar a ajuda em Santo André, ele como prefeito. Esse dossiê sumiu — mencionou o ex-integrante do mensalão.
De acordo com Valério, o documento que havia sido elaborado pelo prefeito desapareceu. Ele frisa que “ninguém achou esse dossiê mais”.
Ainda em depoimento à PF, é dito que o Partido dos Trabalhadores (PT) resolveu afastar os políticos envolvidos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Na prática, a sinalização visava “limpar” a imagem da sigla de uma série de impactos políticos, incluindo os episódios anteriormente citados.
— A posteriori, o PT fez uma limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que vocês vão ver que o PT fez uma limpa, expulsando do partido essas pessoas — sustentou o delator.
Em outro momento do depoimento, com trechos veiculados pela VEJA, Marcos Valério faz outras menções que envolvem o PT e o PCC.
Confira mais trechos da fala, conforme veiculou o Conexão Política.