A equipe do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), continua a estudar estratégias para alavancar o nome do mandatário no estado e, com isso, aumentar as intenções de voto para o pleito de outubro. A maioria das pesquisas eleitorais indica o tucano na terceira colocação, atrás de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Assim, numa tentativa de ultrapassar o ex-ministro da Infraestrutura nas sondagens, o governador decidiu intensificar sua agenda em locais como festas rurais e reuniões com lideranças do agronegócio. Também fez aceno a policiais civis e militares. Esses setores são alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), padrinho político de Tarcísio na disputa ao Palácio dos Bandeirantes.
A estratégia de Garcia, a partir de agora, será “ignorar” Haddad, líder das pesquisas, a fim de implementar medidas e afinar o discurso com o objetivo de angariar a simpatia de conservadores. A esperança do candidato do PSDB é aproveitar a alta rejeição ao PT em São Paulo, especialmente no interior, para herdar o eleitorado de Tarcísio num eventual segundo turno.
Apesar da movimentação de Rodrigo Garcia, a campanha de Tarcísio de Freitas avalia que essa investida visando o eleitor bolsonarista não deve surtir efeito. Os estrategistas e marqueteiros ligados ao ex-ministro entendem que ele ainda é desconhecido para grande parte do público paulista, e que grudá-lo no chefe do Executivo federal ajudará a consolidar uma base que será suficiente para levá-lo ao segundo turno.
O estado de São Paulo é governado por tucanos desde 1995, ou seja, há quase três décadas. No entanto, o partido vem perdendo força nos últimos anos. Em 2018, a diferença entre João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) foi de apenas 3,5% dos votos válidos no resultado final. Na eleição anterior, em 2014, o cenário foi bem diferente, com Geraldo Alckmin (hoje no PSB) garantindo a reeleição com 57% dos votos válidos já em primeiro turno.