Uma ala do MDB ingressou na Justiça Eleitoral a fim de anular a convenção do partido marcada para quarta-feira (27). O evento deve confirmar o nome de Simone Tebet para a disputa à Presidência da República.
Depois de integrantes da legenda defenderem que a convenção poderia ser adiada, o presidente do partido, deputado federal Baleia Rossi (SP), garantiu a realização da solenidade na data prevista.
A petição foi apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral nesta segunda (25). O documento é assinado por Hugo Wanderley. Ele é ligado à ala do MDB, encabeçada pelo senador Renan Calheiros (AL), que defende o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno.
No documento, é dito que a sigla comete “grave irregularidade” ao estabelecer que a reunião será por videoconferência.
“O edital de convocação, ao prever a realização da reunião por meio da plataforma ‘Zoom’, reveste-se de grave irregularidade, notadamente relacionada à garantia do sigilo do voto, representando violação às disposições estatutárias do MDB”, diz o pedido.
“A ausência de sigilo nas votações representa grave risco de escolha antidemocrática entre filiados, haja vista a possibilidade de culminar no afastamento de pré–candidatos que desejariam disputar o pleito, no direcionamento dos votos e opiniões de filiados e, ainda, no receio quanto a possíveis represálias da cúpula partidária”, acrescenta o militante.
Em reposta à investida judicial, Baleia Rossi disse estar tranquilo e lembrou que o sistema virtual foi adotado em convenções partidárias durante o pico da pandemia de covid-19, em 2020, e agora em estados como São Paulo, Tocantins e Paraná.
“Nós estamos bem seguros. […] É uma questão jurídica”, afirmou o presidente à CNN. “O jurídico do MDB está absolutamente seguro, pois tem previsão do próprio Tribunal Superior Eleitoral. Esse sistema já foi utilizado em vários estados”, completou.