Um levantamento realizado pelo site Poder360 mostra que o lucro das 10 maiores farmacêuticas cresceu 41% entre o primeiro trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2022, período de início e baixa da pandemia de covid-19.
Quem mais ganhou dinheiro durante a crise sanitária foi a Pfizer, cujo lucro líquido (diferença entre tudo que foi recebido e a soma de todas as despesas) apresentou alta de 131%.
No balanço da empresa, a alta no faturamento é justificada pela vacina contra o coronavírus e pelo remédio Paxlovid, também destinado ao tratamento da doença.
Um outro monitoramento feito pelo projeto Knowledge Network on Innovation and Access to Medicines revela que a indústria farmacêutica recebeu pelo menos US$ 7,6 bilhões de dinheiro público, seja por governos ou entidades filantrópicas.
Essa quantia teria sido destinada ao financiamento de pesquisas e produção de imunizantes. O governo dos Estados Unidos (US$ 2,2 bilhões) e o da Alemanha (US$ 1,5 bilhão) foram os maiores doadores.
O levantamento também aponta que os contratos de compra antecipada somam ao menos US$ 45 bilhões. O valor teria sido pago antes mesmo de saber se as vacinas seriam aprovadas nos testes ou se teriam o aval das agências regulatórias.
“Houve comportamento totalmente inaceitável das farmacêuticas. Se apropriaram de pesquisas realizadas pelo setor público, foram patenteando e comercializando por um preço que não era acessível”, afirma Felipe de Carvalho, coordenador regional da campanha de Acesso dos Médicos Sem Fronteiras.
Eis íntegra das pesquisas citadas na reportagem.