O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para repudiar ações políticas que resultem em extremismo político, semelhante ao que aconteceu com o caso Maninho do PT, ex-vereador do Partido do Trabalhadores.
Na ocasião, o então parlamentar e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, empurraram o empresário Carlos Alberto Bettoni contra o para-choque de um caminhão. A vítima sofreu um “apagão”, com um corte profundo na cabeça. Em consequência das agressões, o empresário teve traumatismo craniano. Maninho e Leandro não prestaram socorro à vítima.
Com base no ato violento e antidemocrático, a Justiça de São Paulo decretou, à época, a prisão preventiva dos dois — pai e filho. Ambos foram denunciados pelo promotor Luiz Eduardo Levit Zilberma por tentativa de homicídio, tendo a agressão enquadrado como motivo torpe e cruel.
Caso Maninho à tona
Quatro anos após o episódio bárbaro, o caso ‘Toninho do PT’ voltou a ser assunto no mundo político. Isso porque no último sábado (9), ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu ao ex-vereador tê-lo “defendido” de opositores.
Mesmo diante de um episódio grave, sanguinário e que gerou indignação no país inteiro, Lula pareceu não se intimidar com o registro de violência ocorrido em 5 de abril de 2018.
— Esse companheiro Maninho… por me defender (…) ficou preso sete meses porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do instituto — declarou o petista.
— Quero em teu nome agradecer a toda a solidariedade do povo de Diadema. Foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa batalha. Essa dívida que tenho com você jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade e companheirismo — completou.
Maninho do PT é réu junto com o filho sob a acusação de tentativa de homicídio qualificado. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por sua vez, determinou a soltura dos dois. Ficou estabelecido medidas alternativas, como o comparecimento periódico a um juiz. No acórdão, os ministros sustentaram que Maninho e seu filho eram réus primários e tinham bons antecedentes.
Bolsonaro na contramão
Ao contrário do tom utilizado pelo ex-presidente Lula, o presidente da República disse não interessar a ele receber apoio de quem é adepto a praticar violência contra opositores. Em nota, o mandatário condenou casos recentes de intolerância política.
— Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos — afirmou Bolsonaro, que prosseguiu dizendo:
— É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento — escreveu.
O texto veiculado pelo chefe do Executivo federal nas redes sociais destacada que são casos ‘concretos’ que incentivam a violência, e não “força de expressão” mal utilizada.
— Falar que não são esses e muitos outros atos violentos, mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes — finalizou.
– É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 10, 2022
– Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 hora por dia.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 10, 2022