Peritos que elaboraram o laudo da reprodução simulada sobre o acidente que provocou a morte da menina Raquel Antunes da Silva, 11 anos, imprensada entre um poste e um carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora, da Série Ouro do carnaval do Rio, chegaram à conclusão de que houve irregularidades na retirada da alegoria do lado de fora do Sambódromo da Sapucaí.
O laudo levou em consideração os exames periciais realizados no local, nos veículos, na filmagem e ainda os relativos à reprodução simulada do acidente. De acordo com a perícia, não havia uma pessoa para auxiliar o motorista na saída.
“A ausência de auxiliar no setor lateral direito do conjunto para orientar o condutor do caminhão, uma vez que as condições de luminosidade do local não permitiam a visualização através do retrovisor do veículo” relataram os especialistas.
O documento apontou ainda que não foi correta a ligação do carro ao reboque para a retirada da alegoria. “A realização do acoplamento (reboque) inadequado do carro alegórico, através de correntes e parafusos, em desacordo com o preconizado pelo Código de Trânsito Brasileiro.”
Os peritos concluíram também que entre os fatores que concorreram para o acidente estava a falta de isolamento da área para passagem da alegoria e a circulação indevida de pessoas na rua que é próxima ao Sambódromo.
As investigações da Polícia Civil sobre o acidente ficaram a cargo da delegada da 6ª Delegacia de Polícia (DP), Maria Aparecida Mallet. Três dias após ao acidente, ela revelou que, em depoimentos na delegacia, testemunhas disseram que “perceberam o momento do fato, o acidente, e elas relataram o perigo iminente que estava ocorrendo ali”.
Raquel morreu depois de passar por cirurgias no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, onde estava internada. Como o quadro clínico era muito grave, a menina foi transferida para a unidade depois de passar por um atendimento médico em um posto instalado no Sambódromo.