Os talibãs rejeitaram nesta sexta-feira (27) um pedido do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para reverter as restrições impostas às mulheres no Afeganistão, considerando “infundadas” as preocupações manifestadas pela comunidade internacional.
O Conselho de Segurança pediu, na terça (24), que o regime “reverta de imediato as políticas e práticas que atualmente restringem os direitos humanos e as liberdades fundamentais das mulheres e das meninas afegãs”.
O texto do órgão da ONU, feito por 15 membros, menciona “a imposição de restrições que limitam o acesso à educação, ao emprego, à liberdade de movimento e à participação plena, igualitária e significativa das mulheres na vida pública”.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país afirmou considerar as preocupações da ONU “infundadas” e “irrealistas” e garantiu ter um “compromisso” de garantir os direitos das mulheres, mas sob a ótima islâmica.
No início de maio, o líder supremo emitiu ordem para que as mulheres se cubram totalmente em público, incluindo o rosto, de preferência com a burca, um véu que cobre o rosto por inteiro com uma grade de tecido nos olhos.
As novas restrições impostas ao sexo feminino confirmam a radicalização dos talibãs, que inicialmente tentaram mostrar um lado mais aberto do que durante a sua passagem anterior pelo poder, entre 1996 e 2001.