Uma decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) provocou troca de farpas entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
A Corte derrubou uma liminar de primeira instância que suspendia a realização de eleição indireta para mandato-tampão de governador e vice, marcada para a próxima segunda-feira (2) na Assembleia Legislativa do estado (ALE).
“A independência dos poderes é sagrada. Quarteladas, afrontas aos poderes e desacato às decisões judiciais são condutas de tiranos em qualquer lugar. O TJ/AL acaba de incinerar o golpe de Arthur Lira para impedir a eleição para o governo de Alagoas na forma da Constituição”, escreveu Calheiros nas redes sociais.
A eleição indireta em Alagoas havia sido programada por conta da renúncia do ex-governador Renan Filho (MDB), que deve disputar uma vaga para o Senado em outubro. O vice já havia saído do cargo em 2020 para concorrer à prefeitura de Arapiraca, no interior.
A ação contra a realização do pleito foi ajuizada pelo PSB, partido do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, aliado de Lira em Alagoas. Após a publicação de Renan, o presidente da Câmara respondeu ao post, afirmando que o cacique do MDB interfere no Judiciário.
“Sobre dar golpes, o senador Renan Calheiros entende bem. Foi assim que ele tentou conduzir o Congresso Nacional e, várias vezes, desrespeitou decisões judiciais. Em Alagoas, achaca e interfere nos poderes, desrespeita a vontade popular e quer fazer do Estado a extensão do seu latifúndio. Não conseguirá!”, rebateu.