A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, iniciada em 2019, deverá ser encerrada e não chegará a nenhuma conclusão. O presidente do colegiado, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), tem dito a aliados que não pretende retomar as atividades.
A relatora, deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), também sinalizou no mesmo sentido. Em declaração ao jornal O Globo, a congressista afirmou não vislumbrar a possibilidade de a apuração retornar em 2022.
Pelo menos dois motivos são apontados para o fim das audiências. O primeiro diz respeito ao ano eleitoral. A maioria dos parlamentares que integra o colegiado deve focar em seus estados e disputar reeleição ou outros cargos.
Composta por 16 cadeiras do Senado e 16 cadeiras da Câmara (por isso é chamada de mista), há ao menos 6 titulares da CPMI que estão em seu último ano de mandato e devem concorrer ao pleito em outubro.
O segundo motivo é o fato de o governo federal ter se reorganizado e hoje deter a maioria dentro do colegiado. Antes de os trabalhos serem suspensos, nomes ligados ao bolsonarismo estavam na mira. Agora, a oposição entende que a bem-sucedida articulação governista poderia atrapalhar ou até inverter o rumo das investigações.
Desde sua instalação, as atividades foram marcadas por muita polêmica, bate-boca e até mesmo a divulgação de notícias falsas entre os próprios integrantes da CPMI. O público conservador sustenta que os congressistas da comissão perseguiam seus opositores e os simpatizantes do Executivo federal.