Um navio russo no Mar Negro ficou “seriamente danificado”, e sua tripulação de 500 pessoas foi evacuada após bombardeio a bordo, informou Moscou nesta quinta-feira (14). A Ucrânia diz que a explosão foi causada por um ataque de míssil em resposta à invasão, iniciada há 50 dias.
O navio Moskva é o mesmo que, no início da guerra, surgiu em vídeo que viralizou na internet, em que se ouviam guardas fronteiriços ucranianos, numa pequena ilha do Mar Negro, respondendo com xingamentos militares russos que exigiam sua rendição.
Agora, a destruição da embarcação projetada na era soviética pode representar um duro golpe nas forças militares comandadas por Vladimir Putin, justamente num momento em que seu governo parece preparar um novo ataque próximo a Donbass, no leste ucraniano.
O navio de 186 metros de comprimento sempre foi conhecido como “assassino de porta-aviões” por sua capacidade altamente destruidora e já esteve envolvido em pelo menos outros dois conflitos: Geórgia (2008) e Crimeia (2014).
Para se ter uma ideia, ele tem capacidade para transportar 16 mísseis anti-navio do sistema P-1000 Vulkan, com alcance de pelo menos 700 km. Além disso, possui sistemas de defesa de longo alcance do Forten S-300 que podem proteger um esquadrão inteiro de navios de ataques aéreos inimigos.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, um incêndio a bordo provocou a explosão de diversas munições. O Kremlin, no entanto, não informou a origem nem a causa do fogo.
Por sua vez, a Ucrânia garante ter lançado com sucesso um ataque de míssil sobre o Moskva. “Dois mísseis ucranianos Neptune [antinavios] causaram graves danos enquanto guardavam o Mar Negro”, declarou Maksym Marchenko, governador da região no Porto de Odessa, na costa do Mar Negro.
“Parece que o Moskva foi exatamente para o sítio onde os nossos guardas fronteiriços, na Ilha das Serpentes, o mandaram”, ironizou Marchenko.
O conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych afirmou ter “acontecido uma surpresa” com o navio russo. “Ardeu fortemente. Agora mesmo. E, com esse mar agitado, não se sabe se irão receber alguma ajuda”, disse.