A senadora Rose de Freitas (MDB-ES) afirmou nesta quinta-feira (7) que, sem nenhum tipo de autorização, teve seu nome incluso em uma lista de assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa apurar um suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC). O caso levou a saída do então ministro Milton Ribeiro do cargo.
Em ano eleitoral, opositores do governo federal têm visto uma oportunidade ímpar de emplacar uma CPI, levando em consideração o espaço midiático dado à Comissão anterior, da COVID-19.
De acordo com a parlamentar, cuja declaração foi anunciada no plenário do Senado, ela foi pega de surpresa quando foi questionada por ter assinado uma lista que circula com nomes favoráveis ao dispositivo. “Não assinei a CPI e, no entanto, meu nome constava no rol de assinaturas da CPI”, disse Rose.
“Fiquei o tempo todo me debatendo com minha assessoria sobre isso. Não obtive resposta satisfatória. Isso é uma fraude. É um problema técnico, de ordem técnica? Não existe isso. Outros parlamentares já passaram por essa situação. Mas isso é uma fraude. Quem fez isso tem que ser expulso dessa Casa”, justificou.
O nome da senadora estava presente em uma lista difundida na quarta-feira (6) pela equipe do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AMP), autor do requerimento para abrir a CPI. Na tarde do mesmo dia, no entanto, a assinatura foi retirada.
Por causa disso, Rose de Freitas exige que seja feita uma rígida investigação do caso, encaminhando a solicitação ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A senadora alega que alguém poderia ter usado o expediente digital para assinar a lista por ela.
“Ninguém pode tomar posse da assinatura com expediente digital para colocar o nome de uma pessoa dessa Casa, qualquer senador, para dizer que apoiou tal requerimento ou uma comissão parlamentar de inquérito”, explicou.
Ao tomar conhecimento do caso, Pacheco disse que vai pedir ao setor competente a apuração dos fatos. Pouco tempo depois, Randolfe procurou saber se havia um requerimento da CPI tramitando no Senado. Pacheco disse que não.