Com um histórico de declarações e posicionamentos políticos considerados anticristãos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser criticado por lideranças religiosas após dizer que o aborto deveria ser “uma questão de saúde pública” a que “todo mundo [tivesse] direito”.
A opinião do petista não é novidade, mas determinados assuntos estavam sendo externados com muita cautela entre a cúpula do PT, visto que o partido tem se esforçado para se aproximar de eleitores cristãos, principalmente da ala evangélica. É de interesse da sigla fisgar o voto desta classe para obter vitória no pleito eleitoral de 2022.
Conforme registramos, as falas foram feitas durante o debate “Brasil-Alemanha – União Europeia: desafios progressistas – parcerias estratégicas”, realizado pela Fundação Perseu Abramo.
De acordo com Lula, no Brasil as mulheres pobres “morrem tentando fazer aborto, porque é proibido, o aborto é ilegal”, enquanto as demais que têm boa aquisição financeira fariam o processo de interrupção da gravidez em outros países.
“Aqui no Brasil não faz [aborto] porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa cuidar”, declarou.
Em outro momento da fala, o esquerdista teceu críticas contra pautas relacionadas à família, taxadas como retrógradas.
“Essa pauta da família, pauta dos valores, é uma coisa muito atrasada, e ela é autorizada por um homem que não tem moral pra fazer isso. Ele não cuidou dos filhos deles”, pontuou Lula, fazendo alusão ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A sociedade evoluiu muito, os costumes evoluíram muito e precisamos ter coragem para fazer esse debate”, completou ele.
Repercussão
As declarações de Lula geraram repúdio entre lideranças do segmento religioso. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADEVEC), usou as redes sociais para reprovar o posicionamento do esquerdista.
“Lula é a favor do aborto! Respondo sem usar a Bíblia. Vergonha! O argumento em defender o aborto não se sustenta nem na ciência nem na verdade”, escreveu o assembleiano.
De acordo com ele, o petista “ensina luta de classes até quando fala da miséria do aborto”, reforçando que há como ‘detonar’ os argumentos dele “sem usar um versículo da Bíblia”.
Sóstenes
O teólogo e parlamentar Sóstenes Cavalcante, membro da Assembleia de Deus, disse que o esquerdista não terá apoio dos evangélicos.
“O Lula que queria o apoio dos evangélicos para se eleger, mostra quem realmente é e sai em defesa do aborto”, rebateu.
“O ex-presidiário ainda alega que quer que o brasileiro não tenha vergonha de assassinar bebês inocentes no ventre de suas mães. Lula jamais terá o nosso apoio”, acrescentou.
Coty
O pastor Marcos de Souza Borges, conhecido como Coty, membro da Igreja Batista, integrada à Convenção Batista Brasileira, também emitiu nota de repúdio.
Editor da revista Jocum, voltada a um dos movimentos mais fortes da entidade, Coty disse que é preciso “fazer muito contorcionismo moral para um cristão evangélico ou católico enganar a sua consciência e votar em Lula”, alegou.
Julio César
O pastor Júlio Cesar, atuante como líder de jovens, e que cumpre agenda extensiva de pregações pelo país, afirmou que é “hipocrisia” ser cristão e flertar politicamente com posicionamentos de espectro de esquerda.
“Hipocrisia é ir à Igreja, orar pela Família e depois votar em partidos progressistas e políticos que defendem ideologia de gênero, aborto e liberação das drogas”, completou.