O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (4) que, se vencer as eleições presidenciais deste ano, irá demitir os militares que ocupam cargos no governo federal. A declaração foi proferida durante um evento na Central Única dos Trabalhadores (CUT), na capital paulista.
“Nós vamos ter que começar o governo sabendo que temos que tirar quase 8 mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar. E isso não pode ser motivo de bravata”, disse.
Em seus últimos discursos, o petista tem aumentado o tom contra a presença de militares na administração pública federal. No mês passado, no Rio de Janeiro, ele afirmou que o papel do Exército “não é puxar saco” do chefe do Executivo.
O ex-mandatário também disparou contra o Congresso Nacional, referindo-se ao Parlamento brasileiro como “o pior da história”.
“Nós vamos ter que conversar com a sociedade sobre a importância de votar para o Legislativo. Se o doutor Ulysses Guimarães estivesse vivo ele ia dizer que nós temos hoje o pior Congresso Nacional da história do Brasil”, argumentou.
“A gente nunca teve orçamento secreto. Se esse orçamento fosse uma coisa boa, por que ele não é público? Por que a gente não sabe o nome do deputado que recebe?”, acrescentou.
Lula tem defendido que o PT se esforce para aumentar sua bancada nas Casas Legislativas. Atualmente, a sigla conta com 56 deputados federais e 7 senadores.
As críticas dele ao Congresso já foram rebatidas pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em março. Em nota oficial, Pacheco classificou a fala do ex-presidente como “deformada, ofensiva e sem fundamento, fruto do início da disputa eleitoral que faz com que seja ‘interessante’ falar mal do Parlamento”.