A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) não ter encontrado indícios de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha cometidos crimes no caso em que foi acusado de interferir na instituição.
O documento foi protocolado às 17h e refere-se ao inquérito aberto em 2020, ano em que o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos), acusou o presidente da República de interferir politicamente em investigações da PF.
Segundo Moro, o mandatário chegou a exigir a troca de comando na Diretoria-Geral da PF e em superintendências, o que visava blindar investigações contra familiares e aliados.
O inquérito foi concluído nesta terça-feira (29). A PF considerou, “dentro dos limites da investigação”, que não existem elementos mínimos para indiciar o presidente na esfera penal.
A manifestação foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes pelo delegado Leopoldo Soares Lacerda. No documento, o delegado sustenta que não houve crime por parte do mandatário, pois “os atos foram realizados dentro da legalidade e formalizados conforme a praxe administrativa”.
“No decorrer dos quase dois anos de investigação, dezoito pessoas foram ouvidas, perícias foram realizadas, análises de dados e afastamentos de sigilos telemáticos implementados. Nenhuma prova consistente para a subsunção penal foi encontrada”, escreveu leopoldo.
O relatório destaca que as testemunhas “foram assertivas em dizer que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações conduzidas na Polícia Federal”.