Possível vice na chapa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (sem partido) foi citado em uma investigação da Polícia Federal (PF) como suspeito de ter recebido R$ 3 milhões a título de caixa dois eleitoral.
A acusação foi feita em uma delação premiada do ex-diretor-presidente do Grupo Ecovias, Marcelino Rafar Seras, empresa que possui concessão de rodovias em São Paulo desde 1998.
De acordo com Seras, que ficou à frente da companhia por 30 anos, os valores teriam sido pagos em dinheiro entregue ao cunhado de Alckmin, Adhemar Ribeiro. Do montante, R$ 1 milhão teria sido pago em 2010, quando o ex-tucano se elegeu governador.
O restante, cerca de R$ 2 milhões, foi encaminhado ao político em uma operação envolvendo o ex-tesoureiro Marcos Monteiro, em 2014, quando houve a reeleição de Alckmin ao Palácio dos Bandeirantes.
Outro lado
Em uma nota publicada nas redes sociais, o ex-governador afirmou não conhecer os termos da delação prestada por Seras e rejeitou a possibilidade de sua campanha ter recebido valores ilegais.
No texto, o ex-mandatário diz lamentar que, depois de mais de 10 anos e diante de um ano eleitoral, em que existe a possibilidade de ele ser candidato a vice-presidente, “o noticiário seja ocupado por versões irresponsáveis e acusações injustas”.
“Todas as contas foram efetuadas sob fiscalização da Justiça Eleitoral e do próprio MP”, declarou, acrescentando que, durante sua gestão, ordenou diversas ações contra os interesses de concessionárias.
Engavetado
Após a notícia ter sido repercutida ao longo desta última quarta-feira (16), a Justiça Eleitoral de São Paulo decidiu arquivar o inquérito da PF contra o ex-governador Geraldo Alckmin. A informação é do jornal Valor Econômico.