Nesta sexta-feira (4), o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou supostas violações de direitos por parte da Rússia e concordou em criar uma comissão especial para investigá-las, incluindo possíveis crimes de guerra cometidos durante ataques contra a Ucrânia.
Além do Brasil, outros 31 países membros do conselho votaram a favor da resolução apresentada pela Ucrânia. Rússia e Eritreia, país no nordeste da África, votaram contra, enquanto 13, incluindo a China, se abstiveram.
“Aqueles da Rússia que dirigem e cometem violações contra meu povo deveriam prestar atenção. Provas serão coletadas; vocês serão identificados e responsabilizados”, disse a embaixadora da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra, Yevheniia Filipenko, ladeada por embaixadores ocidentais, após a votação.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, não pode tomar decisões juridicamente vinculantes, mas influencia e pode autorizar investigações.
Mais cedo, Filipenko disse ao conselho que havia “provas irrefutáveis de violações grosseiras e sistemáticas dos direitos humanos, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pela Rússia”.
O Governo russo, que desde 24 de fevereiro chama suas ações de “operação especial”, negou ter alvejado civis na Ucrânia. Seu delegado, Evgeny Ustinov, disse ao conselho que os apoiadores da resolução “usarão qualquer meio para culpar a Rússia pelos eventos na Ucrânia”.