Em carta enviada à alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os Estados Unidos alertam para “catástrofe” em caso de uma invasão russa da Ucrânia.
A Casa Branca diz ter “informações credíveis” de que Moscou está criando listas de ucranianos “a serem mortos ou enviados para campos” após a eventual ocupação militar. O Kremlin, por sua vez, rejeita a acusação e afirma que é “mentira absoluta”.
Na carta, divulgada pelo Washington Post, os EUA dizem estar “seriamente preocupados que uma nova invasão russa na Ucrânia cause sofrimento humano generalizado” e uma “catástrofe dos direitos humanos”.
De acordo com o texto, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, garante que “a Rússia tem como alvo grupos específicos de ucranianos”.
“Gostaria de chamar a atenção para informações perturbadoras, recentemente obtidas pelos Estados Unidos, que indicam que estão sendo planejadas violações e abusos de direitos humanos após nova invasão”, diz a carta.
“Esses atos, que em operações russas anteriores incluíram assassinatos seletivos, sequestros/desaparecimentos forçados, detenções injustas e uso de tortura, provavelmente teriam como alvo aqueles que se opõem às ações russas”, acrescenta a mensagem.
O comunicado descreve que os alvos dos militares russos incluem “opositores ao regime russo, dissidentes russos e bielorrussos exilados na Ucrânia, jornalistas e ativistas anticorrupção e populações vulneráveis, como minorias étnicas e religiosas e pessoas LGBTQI+”.
“Também temos informações credíveis de que as forças russas provavelmente usarão medidas letais para dispersar protestos pacíficos ou enfrentar exercícios pacíficos de resistência por parte da população civil”, conclui o documento.
“Mentira absoluta”
O Kremlin reagiu à carta da embaixadora dos EUA da ONU, argumentando que a suposta lista de ucranianos é “mentira absoluta”.
A embaixada dos EUA em Moscou alertou os norte-americanos sobre possíveis ataques em locais públicos na Rússia, afirmando que deveriam ter planos de evacuação em vigor. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu o aviso como “altamente incomum”.