O relatório intitulado “Um ajuste justo – propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil”, elaborado pelo Banco Mundial, diz que para cortar gastos sem afetar os mais pobres, o governo brasileiro deveria acabar com a gratuidade do ensino superior.
O banco sugere, porém, que o governo continue custeando estudantes na faixa dos 40% mais pobres, se fundamentando no “fato que 65% dos estudantes das instituições de ensino superior federais estão na faixa dos 40% mais ricos da população. Como, depois de formadas, essas pessoas tendem a ter um aumento de renda, a suspeita é que a gratuidade ‘pode estar perpetuando a desigualdade no país'”.
O Brasil tem cerca de 2 milhões de estudantes nas universidades e institutos federais, ao passo que nas universidades privadas são 8 milhões de estudantes. Porém, o custo médio de um aluno numa faculdade privada é de R$ 14.000,00/ano. Já nas universidades federais, esse custo salta para R$ 41.000,00 e nos institutos federais o valor é ainda maior: R$ 74.000,00/ano.
Segundo o estudo, esse gasto é “muito superior” ao de países como Espanha e a Itália, por exemplo, e não gera o mesmo resultado.
A proposta é boa, desde que o governo reduza significativamente os impostos, o que acho muito improvável.