A carga tributária brasileira continua sendo um dos principais motivos de insatisfação entre a população. Levantamentos realizados nos últimos anos apontam que essa questão é o principal entrave para a evolução de pequenos e médios negócios no Brasil.
Especialistas dizem que a redução ajudaria, por exemplo, a melhorar o ambiente de negócios, restaurar a produtividade e ampliar o potencial de crescimento.
Em uma avaliação de empreendedores dos setores de comércio, indústria e serviços consta no levantamento realizado pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper, com apoio do Santander, 47,7% dos empresários disseram que os impostos são o maior empecilho para o avanço de negócios.
A sondagem foi realizada em 2019, um ano antes da crise sanitária da Covid-19 no país.
Tributação e suas consequências
O equilíbrio fiscal, a redução da carga tributária e da burocracia são os principais caminhos para a indústria brasileira crescer de forma sustentável nos próximos anos, aponta Douglas Santos de Holanda Júnior, estudante de Economia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
De acordo com ele, o sistema tributário brasileiro exige uma necessidade urgente de reforma do modelo de taxação no país. “Os brasileiros pagam altas alíquotas de impostos, tanto o imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas, assim como também os impostos sobre bens e serviços”, frisa o acadêmico.
Segundo Douglas, ‘alargar a base’ tributária é uma das alternativas viáveis.
“É possível cobrar menos impostos da população e manter a arrecadação no mesmo nível”, acrescenta.
Os altos impostos brasileiros sobre automóveis
Um outro levantamento da consultoria BDO, veiculado em abril deste ano, conforme antecipou o Conexão Política, reforça a necessidade de uma reforma tributária ainda mais ampla no país. Nesta sondagem, os dados mostram o quanto de impostos os brasileiros estão pagando ao adquirirem um automóvel 0 km.
Segundo os números, quem estiver disposto a comprar um carro com motor de até 1 litro (1.0) deve pagar cerca de 36,53% do valor final somente de impostos. Nos automóveis 2.0, o valor pode chegar 43,13% do valor final.
A apuração da BDO foi realizada, inclusive, no período anterior ao anúncio do governo de São Paulo, que aumentou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda de veículos em solo paulista.
Confira abaixo, conforme valores referentes aos números do levantamento, quanto custariam alguns dos veículos mais vendidos no Brasil sem os tributos cobrados pelo Estado.
Chevrolet Onix
Preço atual da versão básica: R$ 61.090
Valor sem impostos: R$ 38.773
Chevrolet Onix Plus
Preço atual da versão básica: R$ 66.520
Valor sem impostos: R$ 42.220
Jeep Renegade
Preço atual da versão básica: R$ 83.990
Valor sem impostos: R$ 47.765
Volkswagen Gol
Preço atual da versão básica: R$ 56.190
Valor sem impostos: R$ 35.663
Volkswagen T-Cross
Preço atual da versão básica: R$ 99.070
Valor sem impostos: R$ 62.879
Jeep Compass
Preço atual da versão básica: R$ 133.990
Valor sem impostos: R$ 75.858
Fiat Argo
Preço atual da versão básica: R$ 56.590
Valor sem impostos: R$ 35.917
Fiat Mobi
Preço atual da versão básica: R$ 40.990
Valor sem impostos: R$ 26.016
Chevrolet Tracker
Preço atual da versão básica: R$ 92.850
Valor sem impostos: R$ 58.931
Hyundai Creta
Preço atual da versão básica: R$ 78.990
Valor sem impostos: R$ 44.921
Renault Kwid
Preço atual da versão básica: R$ 39.390
Valor sem impostos: R$ 25.000
Volkswagen Nivus
Preço atual da versão básica: R$ 92.440
Valor sem impostos: R$ 58.671