Estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o varejo brasileiro deverá movimentar, neste Natal, R$ 57,48 bilhões em vendas, com alta do faturamento de 9,8% em relação a igual período do ano passado.
Em 2019, as vendas tiveram expansão de 4,8%. O Natal é a principal data comemorativa do varejo brasileiro, tendo respondido por 22% do total das vendas de dezembro nos últimos dez anos.
O economista sênior da CNC, Fabio Bentes, advertiu, entretanto, que uma vez descontada a inflação, o volume de vendas pode sofrer retração pelo segundo ano consecutivo, da ordem de 2,6% em 2021, comparativamente ao volume de 2020.
Apesar de o fluxo de consumidores estar voltando aos níveis pré-pandemia, ele observou que o bolso dos consumidores está diferente, conforme informações da Agência Brasil.
De acordo com pesquisa do Google, realizada no fim da primeira semana de dezembro, pela primeira vez desde o início da crise sanitária, o índice de consumidores em estabelecimentos comerciais superou a quantidade observada de clientes ao fim de fevereiro de 2020, com alta de 1,9%. No mesmo período do ano passado, o fluxo estava 13,4% abaixo do nível pré-pandemia.
O economista da CNC lembrou que no Natal do ano passado, a inflação estava na casa dos 5% a 6%. O país agora tem juros mais altos também, o que torna o crédito pouco atraente para o consumidor. Em dezembro do ano passado, a taxa média de juros ao consumidor estava em 37% ao ano. Agora, deverá ficar acima de 45% ao ano. “Isso faz diferença na hora do consumo a prazo”, analisou.
Do ponto de vista do emprego, a expectativa é de que sejam criadas 89,4 mil vagas temporárias para o Natal deste ano, 31% maior do que as contratações para o atípico Natal de 2020, porém inferior às 91,6 mil vagas criadas em 2019.
Apesar do cenário difícil, 76% dos consultados pela entidade pretendem gastar até R$ 250 com a ceia de Natal; 20% entre R$ 300 e R$ 400, e 4% acima de R$ 450; 70% pretendem pagar suas despesas com cartão de crédito parcelado; 24% com cartão alimentação; 5% à vista e 1% com cheque pré-datado. Englobando a ceia de Natal e presentes, 80% dos consumidores ouvidos disseram que pretendem comprometer até 15% da sua renda; 15,5% entre 16% e 25%; 4,5% acima de 35%.