A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) emitiu uma recomendação sobre o uso do comprimido contra Covid-19 da farmacêutica norte-americana Merck Sharp & Dohme (MSD) para adultos e iniciou uma análise de um comprimido rival da Pfizer para ajudar os países-membros a decidirem a adoção rápida antes de qualquer aprovação formal para a União Europeia (UE) como um todo.
Em dois comunicados separados emitidos nesta sexta-feira (19), a EMA detalhou os esforços para impulsionar o uso das opções experimentais, mas promissoras, agora que as infecções e mortes relacionadas à doença estão aumentando velozmente na região e forçando novos lockdowns.
A EMA disse que o Lagevrio, comprimido da MSD desenvolvido com a Ridgeback Biotherapeutics, deveria ser dado rapidamente até cinco dias após os primeiros sintomas para tratar adultos sem necessidade de auxílio de oxigênio e que correm risco de um agravamento da doença.
A entidade desaconselhou o tratamento durante a gravidez e para mulheres que planejam ou podem ficar grávidas, acrescentando que a amamentação também deveria ser interrompida perto da época de ingestão da pílula, que deve ser tomada duas vezes por dia durante cinco dias.
Remédios da mesma classe do Lagevrio foram relacionados a defeitos de nascimento em estudos com animais. A farmacêutica diz que os estudos com animais mostram que sua substância é segura, mas os dados ainda não foram disponibilizados publicamente.
A EMA disse ainda que está estudando os dados disponíveis sobre o Paxlovid, o comprimido da Pfizer, dias depois de a companhia solicitar sua aprovação nos Estados Unidos.
No Brasil também…
Também nesta sexta (19), representantes do laboratório MSD e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram a fim de discutir um futuro pedido de autorização para uso emergencial do remédio molnupiravir.
A informação foi anunciada, em nota, pela própria agência reguladora do Brasil.
“A reunião de pré-submissão é realizada com os laboratórios para apresentação dos dados técnicos de um produto antes do envio formal do pedido pela empresa”, diz o texto.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em outubro, foi responsável por viabilizar a fase 3 de testes do antiviral em solo tupiniquim.
“A Fiocruz está em conversas avançadas com a farmacêutica americana MSD para definir a melhor forma de acesso à população brasileira e um modelo de cooperação técnica”, informou a organização, em comunicado.