Membros do governo socialista da Nicarágua, incluindo o ditador do país, foram proibidos de ingressar em território dos Estados Unidos, decidiu a Casa Branca.
Trata-se de uma resposta à eleição presidencial do país localizado na América Central em 7 de novembro, “vencida” pela quarta vez consecutiva por Daniel Ortega, que Washington descreveu como fraudulenta.
A proibição de viagens aos EUA se aplica a todos os “funcionários eleitos” na Nicarágua, incluindo Daniel Ortega e sua esposa, o vice-presidente Rosario Murillo, bem como membros das forças de segurança, juízes, prefeitos e outros que são vistos como arruinadores da democracia naquele país.
“As ações repressivas e insultuosas do governo Ortega e daqueles que o apoiam estão forçando os Estados Unidos a agirem”, escreveu Joe Biden no decreto.
A decisão americana veio um dia após os EUA, o Reino Unido e o Canadá imporem sanções direcionadas às autoridades nicaraguenses em uma resposta coordenada a uma eleição que muitos países chamaram de fictícia.
Em junho deste ano, os serviços subordinados à tirania renderam seus sete oponentes na eleição presidencial. Os detidos foram confrontados, entre outras coisas, com alegações de “lavagem de dinheiro e alta traição”.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou o processo eleitoral na Nicarágua, afirmando que Ortega “pisoteara todos os princípios da democracia”.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da OEA, disse em outubro que a Nicarágua se tornou um “Estado policial” no qual Ortega, após assumir o poder em 2007, “estabeleceu um reino de terror, suspendeu os direitos civis básicos e está conduzindo um ataque sistemático aos direitos civis”.
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, chamou Daniel Ortega de “ditador” e, antes das eleições, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o descreveu como “uma fraude sem credibilidade”. Tanto a UE quanto os EUA impuseram sanções e restrições de visto a funcionários do governo socialista nicaraguense.