Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou ter interferido politicamente na corporação.
Ao deixar o governo, em abril de 2020, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acusou Bolsonaro de o pressionar para trocar o comando da PF.
O objetivo, segundo Moro, era ter acesso a informações de inquéritos sobre a família do mandatário.
O presidente da República, no entanto, diz que nunca houve pressões, assegurando que demitiu Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da PF, por falta de interlocução, jamais por interferência política.
Ainda enquanto era ouvido pela PF, Bolsonaro disse que Moro, ainda na posição de ministro, teria concordado com a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, atualmente na direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para comandar a PF.
No entanto, segundo Bolsonaro, a concordância se concretizaria desde que isso acontecesse após a indicação do ex-juiz para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Sergio Moro, por sua vez, negou os relatos feitos pelo chefe do Executivo.
“Não troco princípios por cargos. Se assim fosse, teria ficado no governo como ministro. Aliás, nem os próprios ministros do governo ouvidos no inquérito confirmaram essa versão apresentada pelo presidente da República”, rebateu o ex-integrante do governo federal.