O diretor do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Leonardo Cleaver de Athayde, afirmou em audiência no Senado Federal que o Brasil não estará isolado na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP).
O evento, que ocorrerá em Glasgow, na Escócia, está marcado para 31 de outubro a 12 de novembro. De acordo com o diretor, o Executivo brasileiro tem todo o interesse em pavimentar um acordo internacional.
“Temos margem de manobra, sim, e pretendemos ser mais flexíveis, inclusive. Essa narrativa de que o Brasil estaria isolado é completamente falsa. Se não houver um acordo em Glasgow vai ser ruim para o país”, declarou.
Para a edição deste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) pretende discutir como os países poderão se articular para reduzir a emissão de gases até 2030.
Com isso, estima-se que os mandatários das principais economias do mundo mobilizem ao menos US$ 100 bilhões anualmente até 2030 para a luta contra as consequências do chamado efeito estufa.
Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, revelou que durante a solenidade em Glasgow irá defender o uso do etanol.
“Reafirmo o compromisso do governo federal na promoção do etanol brasileiro como parte de uma nova economia verde durante a COP-26”, projetou.
Também em torno da COP-26, o ex-ministro Ricardo Salles afirmou recentemente em entrevista à Jovem Pan que a conferência será uma boa oportunidade para o Brasil cobrar apoio financeiro das nações desenvolvidas.
Salles lembrou que, em 2015, durante as tratativas para o Acordo de Paris, houve a promessa de que haveria aporte anual de US$ 100 bilhões. No entanto, até hoje, o pacto não se confirmou.
“Finalmente haverá mais uma oportunidade para que eles cumpram o que prometeram por ocasião do Acordo de Paris”, disse Salles, na ocasião.