A cidade do Rio de Janeiro voltou a registrar notificações de febre maculosa. Dados oficiais da Secretaria de Saúde mostram que a doença não era registrada há mais de 3 anos na capital fluminense.
Recentemente, a maculosa foi responsável pela morte de Mario César Coutinho do Amaral, cabo da Polícia Militar.
O PM foi contaminado durante uma série de treinamentos, conduzidos no Batalhão Tonelero, localizado em uma área de mata em Campo Grande, na zona oeste da cidade.
O caso de Mario César foi suficiente para acionar o ‘botão vermelho’ sobre a doença. No entanto, tudo indica que o agente não foi a única vítima.
Além dele, há suspeita de que outro policial que estava no curso, o sargento Carlos Eduardo da Silva, tenha sido vítima de febre maculosa.
De acordo com a corporação, a causa da morte deve ser confirmada após a liberação de resultado do exame laboratorial.
Apesar do alerta, autoridades em Saúde têm dito que não há motivo para pânico. Transmitida pelo carrapato, a doença é mais comum em áreas rurais e, portanto, não tem sido considerada fator determinante na disseminação em centros urbanos.
Registros da febre maculosa
Febre maculosa brasileira é a doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
Conforme registros da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde, o carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros – a espécie Amblyomma cajennense, transmissora da doença, pode ser encontrada em animais de grande porte (bois, cavalos, etc.), cães, aves domésticas, gambás, coelhos e, especialmente, na capivara.
Os principais sintomas são: febre, dor no corpo, manchas na pele, náuseas e dor no fundo dos olhos.
Ainda segundo o portal da BVS, “a febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total”.
Em caso de atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.
A maior concentração das notificações está nas regiões Sudeste e Sul, aponta dados do Ministério da Saúde. Em 2021, até o mês de setembro, o país registrava 69 casos e 19 mortes.