A operação da Polícia Federal desta quarta-feira, 20, que prendeu Isaac Alcolumbre, primo do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), teve início na gestão do ex-ministro da Justiça, André Mendonça.
As informações são da coluna Lauro Jardim, do jornal O Globo, e foram confirmadas pela Gazeta do Povo.
De acordo com a Gazeta, as investigações ganharam forma pouco mais de um mês após Mendonça assumir a pasta deixada por Moro, à época.
Os elementos levantados pelos dois veículos de comunicação chamam a atenção, em virtude do cenário político atual. Como se sabe, André Mendonça foi o nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ocupar a vaga deixada pelo ex-decano Marco Aurélio Mello.
A indicação, no entanto, tem enfrentado forte resistência de Davi Alcolumbre, que já chegou a apontar questões de ‘turbulência política’ para não dar prioridade à sabatina.
Apesar das alegações constantes feitas pelo parlamentar, a CNN Brasil divulgou um reportagem este mês, cujas informações sugerem eventual interesse de Alcolumbre em segurar a escolha do futuro magistrado até 2023. Em consequência disso, a atuação escolha de Bolsonaro perderia a validade e, fazendo com que a cadeira na Corte seja reservada ao herdeiro do próximo mandato presidencial.
Operação Vikare
Ainda sobre a operação desta quarta, as investigações apontam que um grupo atuava no tráfico internacional de drogas utilizando um aeródromo em Macapá (AP), de propriedade de Isaac, como base operacional para a importação e transporte de drogas, por meio de aeronaves que eram enviadas para diferentes pontos do Brasil. O aeródromo dá acesso à Rodovia AP-070.
A PF cumpriu mandados no local e apreendeu aeronaves e carros de luxo que estavam no terreno do aeródromo. A corporação ainda não informou se os veículos eram ligados a Isaac ou à terceiros.
Ao todo, 68 pessoas físicas e jurídicas são alvo das medidas, que incluem sequestro de bens, direitos e valores.
O outro lado
O Conexão Política entrou em contato com a assessoria de Davi Alcolumbre, além de buscar a versão de Isaac Alcolumbre. No entanto, até o fechamento desta matéria, não havia sido feito nenhum pronunciamento.
O espaço segue aberto para inserção de manifestação oficial.