Há algum tempo o jargão “quem lacra não lucra” passou a fazer parte do vocabulário do brasileiro. O termo é justificado pela adesão de marcas e empresas a posicionamentos políticos e ideológicos alinhados ao ‘politicamente correto’.
Grupos e empresas passaram a adotar uma série de ações que, teoricamente, evitam afetar pessoas que são vistas como desfavorecidas ou discriminadas, especialmente ligadas ao gênero, orientação sexual ou cor.
No entanto, tais posicionamentos não têm sido vistos desta forma. Para grande parte dos consumidores, tais medidas são intervenções implantadas com o objetivo de “lacrar”, ou seja, ações que visam se beneficiar sobre determinadas narrativas para galgar público direcionado e, consequente, ganhar prestígio sobre diversas temáticas.
A partir disso, a expressão “quem lacra não lucra” tornou-se um tom ecoado por todos aqueles que se recusam a dar notoriedade às agências se submetem a nutrir diretrizes estipuladas neste sentido.
Acontece que, no ambiente digital, grande parte dos chamados influencers possuem posicionamentos de espectro político de esquerda. No ano eleitoral de 2018, por exemplo, diversos nomes passaram a declarar repúdio ao então candidato Jair Bolsonaro.
À época, o jogral “Ele Não” passou a ser entoado de forma quase unânime entre a classe artística e cibernética. Inclusive, nomes que nunca tinham se posicionado antes passaram a adotar tom incisivo contra Bolsonaro.
As declarações, é claro, tiveram consequências. Vários segmentos registraram queda de engajamento nas redes sociais e, especialmente, de público, após alinhar-se ao ‘polimento compulsório’.
Neste sábado, 9, o jornalista Léo Dias, que é especializado em notícias da TV e do entretenimento, informou que marcas estão proibindo influenciadores de se posicionarem sobre política e ideologia.
A partir disso, setores de marketing já se organizam para anexar aos contratos cláusulas que proíbem que influenciadores e artistas contratados se posicionem política e ideologicamente.
A coluna de Léo Dias teve acesso a um trecho publicado por uma produtora de conteúdo nas redes sociais:
“Durante a vigência do Contrato, a Contratada não poderá se pronunciar e nem se manifestar, em rede social, a respeito de qualquer ideologia e/ou posicionamento político, sob pena de rescisão imediata do presente Contrato, bem como, eventual aplicação de penalidades pelos prejuízos causados à imagem da Contratante”, diz parte do documento, conforme a matéria veiculada.
O Conexão Política entrou em contato com algumas agências de publicidade, que ainda não haviam comentado sobre o assunto até o fechamento desta matéria. O texto será atualizado em caso de deliberação oficial.