A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta última quinta-feira (7), uma força-tarefa para desmontar um esquema de corrupção em contratos da saúde no governo do Amapá.
De acordo com a instituição, são apurados crimes de corrupção ativa e passiva, dispensa indevida de licitação, advocacia administrativa e associação criminosa.
Agentes federais cumpriram onze mandados de busca e apreensão em Macapá e Santana. Na mira da operação estão empresários, servidores e o deputado estadual Dr. Alberto Negrão (PP). As ordens foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
“A ação é um desdobramento da Operação Terça Parte, deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2021, ocasião em que 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos para investigar possível cometimento dos crimes de ‘rachadinha’, na Assembleia Legislativa do Amapá e compra de votos”, diz a nota da PF.
Documentos mostraram indícios de que o bando infiltrado no governo estadual favoreceu uma empresa de prestação de serviço hospitalar de modo a garantir contratações, com dispensa de licitação, envolvendo recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive verbas destinadas ao combate da pandemia.
A empresa investigada teria recebido 15,7 milhões de reais entre os anos de 2019 e 2021, sendo a maioria na modalidade de dispensa de licitação.
Outro lado
Em nota, a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) afirmou que as buscas não possuem “nenhuma ligação com a atual gestão da casa de leis” e que ” o esclarecimento se faz necessário para que não pairem dúvidas sobre a lisura dos trabalhos na administração e no desempenho do Poder Legislativo em prol da população”.
Também em comunicado, a assessoria de comunicação do deputado Alberto Negrão informou que ele só vai se posicionar após ter acesso ao inquérito do caso.