Em um novo avanço na imposição de “valores socialistas”, o regime chinês proibiu que criadores de games reproduzam “homens afeminados”, relacionamentos gays, conquistas de bárbaros e mudanças nas histórias do império japonês e dos nazistas.
A informação é do jornal South China Morning Post, que teve acesso a um documento de “aconselhamento” da ditadura comunista aos criadores de jogos do país. De acordo com a diretriz, os personagens deverão ter “gênero definido”.
“Se os reguladores não conseguirem definir o gênero de um personagem imediatamente, o conjunto de personagens [do jogo] será considerado problemático e bandeiras vermelhas serão levantadas”, alerta o memorando.
Escalada da censura
Oficialmente, a homossexualidade no país asiático deixou de ser crime em 1997 e foi retirada da lista de problemas mentais em 2001, no entanto, o casamento civil de pessoas do mesmo sexo ainda é ilegal.
Além disso, o governo de Xi Jinping trabalha arduamente para banir “comportamentos sexuais anormais” da mídia.
Filmes e séries com referências a relacionamentos homossexuais são frequentemente censurados.
O Segredo de Brokeback Mountain, de 2005, não pôde ser exibido na China, por exemplo. Bohemian Rhapsody, de 2018, teve 10 minutos cortados pelo Partido Comunista Chinês (PCC).
No mês passado, a agência regulatória de rádio e TV avisou que a estética afeminada e o que consideram “homens maricas” seriam banidos de programas televisivos por serem considerados “influencias vulgares”.