Em uma sessão tumultuada e marcada por muito bate-boca, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve nesta quarta-feira (29) o empresário Luciano Hang. Em sua fala inicial, ele rechaçou o rótulo de negacionista.
“Não sou negacionista. Nunca neguei ou duvidei da doença [covid-19]. Tanto que minhas ações não ficaram só no discurso. Mandei 200 cilindros de oxigênio para Manaus, no valor de R$ 1 milhão. Respiradores, máscaras, camas, utensílios. Não sou nem nunca fui contra vacina. Tanto que disponibilizei todos os nossos estacionamentos como pontos de vacinação. Além disso, juntamente com outros empresários, fizemos campanha para que a iniciativa privada pudesse comprar [vacinas] para doar e ajudar o país a acelerar o processo de imunização”, afirmou.
Aos senadores, o empresário disse ainda que é “acusado sem provas e perseguido” por expressar opiniões. Hang acrescentou que não conhece e não faz parte de um suposto gabinete paralelo e negou ter financiado esquemas de fake news.
O depoente também disse que deseja apenas exercer seu direito de liberdade de expressão. “O que eu peço pro Senado é que me deixem falar. Hoje eu vim aqui com tempo, a minha agenda está aberta aos senadores. Mas também quero tempo para poder dar a minha resposta. Talvez hoje seja o melhor dia da CPI. Vamos manter a nossa fala tranquila. Quem tem argumentos não precisa aumentar a voz”, ressaltou.
Em um determinado momento da audiência, o empresário foi alvo de críticas do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). O parlamentar afirmou que o “voluntarismo” de Hang foi responsável pela morte de “muitas pessoas”.
“Eu acho que, se o senhor tivesse usado esse seu voluntarismo para salvar vidas, o senhor teria ajudado a salvar muitas vidas. O seu voluntarismo matou pessoas. Seu voluntarismo, o seu ego com a proximidade do poder, deixou o senhor nessa situação”, disse o congressista.
Em resposta, Hang disparou: “O senador Omar Aziz falou que eu não ajudei nessa pandemia. Para cidade dele, eu mandei 200 cilindros de oxigênio. Para a cidade dele! […] Mandei 200 cilindros em 24 horas, que custaram R$ 1 milhão”, afirmou, enquanto era aplaudido pelos presentes no colegiado.