Mais de cem visitantes e residentes da cidade de McAllen, na fronteira do Texas, nos EUA, participaram neste último sábado (25) de um comício para alertar sobre os perigos do tráfico e abuso de crianças.
O evento March to the Border [Marcha para a Fronteira] foi aberto pela Dra. Nilsa Alvarez Morales, que relatou os casos abertos de migrantes desaparecidos e explorados.
Durante o evento, Alvarez detalhou a gravidade em torno do assunto. Ela pediu, inclusive, que a multidão orasse por essas vítimas e pela segurança de seus familiares.
O evento culminou com uma marcha até o portão do Muro da Fronteira com o México.
Segundo informações dos organizadores, mais de 1 milhão de imigrantes foram presos por travessia ilegal somente em 2021. O site oficial aponta que, certamente, esse número deve aumentar à medida que imigrantes em todo o mundo caminham para as fronteiras abertas.
“Entre eles, terroristas, traficantes, assassinos e estupradores estão entrando em nosso país enquanto este governo [de Joe Biden] fomenta mais destruição e desestabilização da América e de seus cidadãos. Isso é insustentável e não vai acabar enquanto não exigirmos fronteiras fortes”, relata.
A manifestação pacífica reuniu coalizões de americanos em defesa de suas fronteiras e das crianças inocentes que estão sendo contrabandeadas, drogadas, estupradas e traficadas através das fronteiras abertas, relatou um dos participantes do ato.
“Estamos nos unindo para responsabilizar os líderes eleitos por não protegerem nossas fronteiras e para defender as crianças traficadas e exploradas. Esses menores não estão apenas sendo explorados pelos cartéis, contrabandistas e traficantes, mas também pelo governo Biden, enquanto secretamente transferem crianças por toda a América sem transparência, supervisão ou responsabilidade. Essas crianças precisam de nossa ajuda e devemos ser sua voz. Esta é uma crise humanitária e a Czar da Fronteira, Kamala Harris, não conseguiu lidar com as graves violações dos direitos humanos que estão ocorrendo nos mais vulneráveis”, diz o site oficial do evento.
As lideranças da Marcha para a Fronteira vão além, atribuindo ao governo Biden a responsabilização de cerca de 113.791 crianças abandonadas. O portal aponta que relatórios internos do país revelaram que essas crianças estão sendo mantidas em condições terríveis, gravemente traumatizadas. Além disso, elas estariam com recursos insuficientes para lidar com traumas físicos, emocionais e sexuais.
“Isso é inaceitável. Este governo deve ser responsabilizado por sua negligência grosseira. Um pedido recente da FOIA (Lei de Liberdade de Informação) revelou que a administração Biden perdeu contato com quase 1/3 dos menores sob custódia. Exigimos respostas e uma investigação sobre a negligência e as violações dos direitos humanos perpetradas contra essas crianças. Fronteiras abertas alimentam a epidemia da escravidão moderna ao fornecer aos traficantes um canal aberto para sua lucrativa indústria multimilionária”, frisa os organizadores.
Ainda de acordo com a Marcha para a Fronteira, a crise de fronteira de Biden é uma ameaça à segurança nacional, com mais travessias ilegais e não verificadas.
“Essas crianças são colocadas em ônibus com vidros fumados e seguem por todo o país, muitas vezes sem o conhecimento ou consentimento dos líderes do Estado. Muitas dessas crianças estão doentes e testaram positivo para Covid-19. Elas são então embaladas como sardinhas em armazéns e instalações secretas. Os oficiais não têm permissão para abraçar ou consolar essas crianças. Elas gritam e choram por sua ‘mamãe’ e a mídia não tem exigido respostas e responsabilização por esta situação desumana em que essas crianças são forçadas. E quanto às crianças que se deparam com homens adultos, todos alegando que suas ‘mães as abandonaram’? Bem, poucos testes de DNA estão sendo feitos para verificar a relação familiar, e poucas perguntas são feitas e a mídia não está em lugar nenhum. Estamos falhando com essas crianças que não conseguem clamar por socorro. Os esforços para exigir responsabilidade no Congresso são rapidamente derrubados pelos democratas. Eles não querem ver a crise, visitar a crise ou lidar com a crise. Eles tecem a mesma retórica inútil, posicionando-se como moralmente superiores, mas deixar crianças para serem traficadas abertamente na América está longe de ser moral – é nojento e depravado. É desumano e não vamos tolerar mais isso”, denuncia o site.
“O governo Biden está incentivando a violação de nossas leis de imigração para fins de exploração política e, no processo, estão enriquecendo traficantes e cartéis de drogas. Eles são cúmplices ao permitir, facilitar e ajudar imigrantes ilegais a violar nossas leis mais sagradas, incluindo nossas leis destinadas a prevenir o tráfico de pessoas”, acrescenta.
Relatos
Uma palestrante convidada do evento, Karla Jacinto, afirmou que foi vítima do tráfico de crianças aos 12 anos.
Ela compartilhou detalhes íntimos de ser vítima de tráfico de crianças, depois de se apaixonar por um homem que, mais tarde, a forçou à prostituição no México aos 12 anos. Ela diz que há um ambiente doméstico disfuncional que incluía abuso físico e sexual, tornando-se alvo fácil para exploração.
O homem, segundo Jacinto, esperou três meses de relacionamento para finalmente revelar seus planos. O abusador, conforme o relato, a forçou à prostituição, além de forçar serviços como prostituta, mesmo quando ela estava grávida. Após o parto, ela disse que o bebê foi ‘arrancado’ dela.
Karla Jacinto disse que foi forçada a cruzar ilegalmente para os Estados Unidos em várias ocasiões. Felizmente, ela conseguiu evitar ser traficada. Ela diz que foi resgatada por uma pessoa que a ajudou a encontrar forças e a restabelecer sua vida como ser humano. A partir disso, tornou-se ativa na defesa de vítimas de abusos e tráfico e, além disso, compartilha sua história para destacar a gravidade do problema.
Victor Avila
Segundo uma reportagem do Breibart, o investigador aposentado do HSI —principal braço investigativo do Departamento de Segurança Interna dos EUA e responsável por investigar crimes e ameaças transnacionais-, Victor Avila, também falou à multidão sobre os casos de tráfico de crianças que investigou durante sua carreira. Ele também relatou sobre a tática utilizada por traficantes para explorar crianças.
Avila sobreviveu a um ataque de atiradores do Cartel ‘Los Zetas’, no México, em 2011. Ele foi baleado três vezes no ataque que matou seu parceiro, o investigador Jaime Zapata.
“Há força, fraude e coerção envolvidas no tráfico humano, às vezes envolve uma destas, outras [vezes] as três”, explicou Ávila.
O ex-agente federal disse que em um caso que investigou, traficantes de seres humanos mataram e eliminaram uma criança recém-nascida em um bordel em Nova York, cobrindo o bebê com massa de cimento. O corpo foi mantido onde as vítimas pudessem vê-lo.
“Pense em como isso afeta as vítimas, o colapso da psique, o estado mental, físico e emocional delas”, declarou Ávila. “As pessoas às vezes pensam que as vítimas estão acorrentadas, não, elas são mentalmente coagidas”, completou
Landon Starbuck
A ‘Marcha para a Fronteira’ foi coordenada pela conservadora Landon Starbuck, artista e defensora do fim do tráfico e da exploração infantil. Starbuck disse ao Breitbart que está preocupada com a falta de defesa das milhares de crianças imigrantes desacompanhadas que cruzam as fronteiras do México com os EUA.
No Twitter, Landon publicou um vídeo com o rosto de crianças e adultos capturados, apontadas como vítimas do tráfico humano.
https://twitter.com/imatriarch/status/1442515314537811972
Em entrevista exclusiva ao Conexão Política, em julho deste ano, Landon Starbuck falou sobre seu importante trabalho na linha de frente do combate ao tráfico humano nos EUA.
O relato surpreendente de Landon Starbuck, que atua na linha de frente do combate ao tráfico humano nos EUA https://t.co/M1V7kKh762
— Conexão Política (@conexaopolitica) July 3, 2021
A entrevista completa pode ser lida no link abaixo: