Frente ampla, pedidos de impeachment ou protestos coletivos. Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro estão cada vez mais articulados e empenhados em consolidar a deposição do chefe do Executivo.
Para alguns, o cenário político atual tem surpreendido. Para outros, no entanto, essa união é a materialização do ‘teatro das tesouras’ — termo utilizado para apontar ligação hegemônica e sorrateira entre a maioria das siglas partidárias, políticos e movimentos — em que não existe oposição, mas uma série de articulações com o objetivo central de se perpetuar no poder.
Conforme vem registrando o Conexão Política, Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, tem acenado positivamente diante da possibilidade de Lula disputar o pleito eleitoral em 2022.
O PSDB, que há décadas emplacou uma oposição incongruente ao PT, agora manifesta nitidamente as semelhanças mais íntimas que existem entre as siglas.
Recentemente, em entrevista ao jornal O Globo, FHC defendeu a participação da ala tucana nos atos contra Bolsonaro, ainda que esses protestos fossem convocados pelo PT, por exemplo. Para ele, “não importa quem convoque” pois, “havendo uma convocação que seja possível de participar, dizer o que pensa, é bom”.
Elogios
A declaração do tucano foi suficiente para ser bem avaliada pelo coordenador nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, que elogiou a posição do ex-mandatário, conforme registrou a coluna de Bela Megale.
“Saúdo o ex-presidente FHC por se somar às manifestações pelo impeachment de Bolsonaro no dia 2 de outubro. Espero que suas declarações sirvam de exemplo a todos que sonham com uma terceira via, sabendo que antes a missão é livrar o povo brasileiro deste neofascista de araque”, disse Stedile, em matéria de O Globo.
“Atestado ideológico não interessa a ninguém. Nada é mais urgente do que unir todas as forças sociais, populares e partidárias para afastar esse insano do Planalto. Nunca o Brasil viveu uma crise tão grave e estrutural”, completou.