O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem sido alvo de intensas críticas internacionais devido à política externa do país. As recentes decisões do democrata vêm agravando a relação entre americanos e europeus, especialmente em razão de alegações proferidas por autoridades de Bruxelas, que reivindicam três questões de caráter externo.
Entre os itens destacados estão: [a] europeus vetados nos EUA; [b] retiradas de tropas americanas do Afeganistão; [c] venda de submarinos nucleares.
No ponto primeiro ponto, Bruxelas alega que a União Europeia já autorizou a entrada de americanos em seu território, mas que Biden insiste em estabelecer lista de controle que barra a entrada de europeus.
No segundo, a retirada de tropas americanas do Afeganistão é colocada em colocada em pauta. Autoridades europeias frisam que a medida foi tomada de modo isolado, sem nenhum tipo consulta.
O terceiro e último item fala da venda de submarinos nucleares americanos para a Austrália, que acabou isolando a França, que possuía acordo assinado com os australianos. Por isso, a ação de Biden tem sido vista como ‘rasteira’ calculada contra os franceses.
Sob tensão
“As expectativas eram muito altas quando Biden assumiu, provavelmente, altas demais, além de irrealistas. O discurso dele, ‘a América está de volta’, remetia a uma era de ouro em nossas relações. Mas isso não aconteceu”, disse Carl Bildt, ex-primeiro-ministro da Suécia, em entrevista à BBC.
De acordo com Nathalie Loiseau, ex-ministra francesa de Assuntos Europeus, diversos países da UE estavam em ‘negação’.
“Eles achavam que era só esperar até que Trump fosse embora e voltaríamos ao ‘velho normal’. Mas o ‘velho normal’ não existe mais. Espero que isso sirva de alerta para nós”, destacou ela.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, chamou a política externa dos EUA de ‘desleal’. A fala ocorreu durante a abertura da Assembleia-Geral da ONU, esta semana.
“O que significa ‘a América está de volta’? Ninguém sabe. Os princípios básicos de uma aliança são lealdade e transparência. Hoje, sentimos falta das duas coisas. Pelo menos Trump deixava muito claro que a Europa não importava”, lamentou o belga a repórteres em Nova York.
Outro nome a manifestar repúdio foi o presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Para ele, o tratamento dado à França era ‘inaceitável’ e que, além disso, a Europa ainda aguarda explicações.
“Há muitas perguntas que precisam ser respondidas. Um de nossos membros foi tratado de maneira inaceitável. Queremos saber o que aconteceu e por quê. Primeiro é preciso esclarecer isso antes de voltar à vida normal”, reiterou.
Devido às pressões que vem sofrendo, Joe Biden conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, e firmou duas posições: a volta do embaixador francês a Washington, prevista para semana que vem, e uma reunião, específica em outubro, visando resolver as pendencias entre os dois países.