O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, propôs neste sábado (18) a criação de um “processo de integração econômica” na América Latina nos moldes do modelo adotado pela União Europeia.
A declaração foi proferida durante a abertura da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O encontro aconteceu na Cidade do México e reuniu pelo menos 12 chefes de Estado, a maioria de esquerda. O evento é mais uma tentativa da diplomacia mexicana para construir alternativas à Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Estou convencido de que este objetivo ideal pode ser alcançado se refletirmos e concordarmos em três questões fundamentais: a não intervenção e autodeterminação dos povos; cooperação para o desenvolvimento; e ajuda mútua para combater as desigualdades e a discriminação”, afirmou o mexicano.
“Ou seja, construir no continente americano algo semelhante ao que foi a comunidade econômica que deu origem à atual União Europeia”, acrescentou.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro não esteve na reunião, da mesma forma que Iván Duque, da Colômbia, e Sebastián Piñera, do Chile.
O Brasil deixou a Celac em janeiro de 2020. Na ocasião, o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, justificou a saída da cúpula alegando que “a Celac não vinha tendo resultados na defesa da democracia ou em qualquer área”.
Alberto Fernández, da Argentina, cancelou sua participação devido ao conflito político interno após a derrota nas eleições regionais, mas mandou um representante.
O ditador chinês, Xi Jinping, encaminhou mensagem em vídeo para o grupo, afirmando que a relação entre o país comunista e a América Latina e Caribe ingressou em uma “nova era”. Xi também elogiou “os esforços da Celac em coordenar os países da região”.