O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), que está no sexto mandato consecutivo.
A investigação em questão apura a suposta admissão de servidores ‘fantasmas’ no gabinete do parlamentar. Além dele, outras 26 pessoas e sete empresas tiveram os sigilos autorizados pela quebra. O requerimento foi realizado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) à Justiça do Rio.
A decisão, de primeira instância, foi proferida em 24 de maio pela 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado da Justiça fluminense.
Ao longo dos seus 20 anos na Câmara, vários nomes já passaram pela equipe do parlamentar, tendo a necessidade de cumprimento de uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, conforme exige o regulamento da Casa.
No entanto, segundo o MPRJ, há indícios de que alguns dos assessores não cumpriam o expediente, passando a ser enquadrado na possibilidade de ter existido ‘funcionários fantasmas’.
Os supostos valores
Na solicitação de quebra de sigilo, o MPRJ também relatou existir um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que faz dois apontamentos de movimentações consideradas suspeitas.
Entre os anos de 2007 e 2019, segundo o documento, houve operações no valor de R$1,7 milhão, realizadas por Rogéria Nantes Bolsonaro, que é a mãe do vereador, ex-mulher do presidente da República.
Ainda conforme a ação, Carlos foi mencionado na comunicação do Coaf por ser sócio de uma empresa junto com a mãe. Há, inclusive, outros números apontados, questionando o montante da atuação dos funcionários do parlamentar, incluindo Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair, mãe do quarto filho do chefe do Executivo, Renan Bolsonaro.
Ana Cristina foi chefe de gabinete de Carlos entre 2001 e abril de 2008. A quebra de sigilo, de acordo com os promotores, é justificada para detalhar, com precisão, elementos sobre o caso.
Outro lado
O vereador Carlos Bolsonaro nega as acusações. Por meio de uma nota, publicada na manhã desta quarta-feira (1º), o parlamentar diz, sem fazer referência explícita, que há uma espécie de execução ‘requentada’. Segundo ele, a medida é realizada por ausência de ‘fatos novos’.
Ainda de acordo com Carlos, o procedimento é marcado por ‘manipulação’ e ‘mentira’. Leia a resposta dele na íntegra:
“Na falta de fatos novos, requentam os velhos que obviamente não chegaram a lugar nenhum e trocam a embalagem para empurrar adiante a narrativa. Aos perdedores, frustrados por não ser o que sempre foram, restou apenas manipular e mentir. É o que mais acusam e o que mais fazem!”, escreveu.
O Conexão Política entrou em contato com o gabinete de Carlos Bolsonaro. No entanto, até o fechamento desta matéria, não havia sido feito nenhum pronunciamento formal. O espaço segue aberto para inserção de manifestação.